E SE O NEGÓCIO É INDICAR LEITURAS...

Meu brilhante amigo Patah, apesar de brilhante, ainda mantém o ranço estudantil-assembleísta de sair rotulando para desqualificar.

Não tenho "passado pedetista" e nem "passado trotskyista". Usei um e outro em meu próprio benefício, fiz minha catarse juvenil. Nada mais. Infelizmente, por inexperiência, timidez ou incompetência (ou os tres), não comi ninguém, nem no PDT e nem na Convergência Socialista - mas este também era um dos objetivos prinicipais. O assunto "Revolução", pra mim, sempre foi o detalhe maçante da coisa.

Sobre o monopólio da Globo, sua relação com a ditadura e a despolitização do povo, aconselho a leitura de "Le Carnaval des Images", dos sociólogos em comunicação Michelle e Armand Mattelart. Deve haver uma tradução por aí. Mas ler em francês, com dicionário, é mole.

Já que é possível baixar os livros do Ellio Gaspari, vou ler. Mas acho ele um babaca sazonal e delirante (falo pelos artigos ridículos às vezes publicados no Globo).

Minha outra indicação de leitura, entretanto, é a trilogia "A Memória Militar" - "Visões do Golpe", "Anos de Chumbo" e "A volta aos quartéis" - uma série de depoimentos feitos pelos oficiais-generais mais importantes da ditadura. Há coisas muito interessantes e sinceras colocadas ali.

Em tempo.

Estou no aguardo ansioso de outro exemplo de ditadura que manteve um congresso aberto e UM PARTIDO DE OPOSIÇÃO funcionando. São DOIS os requisitos, Patah.

E quanto ao Pasquim, o que falei está mantido. Não percebi se houve o rebate. Entretanto, posso garantir que seria menos estranho ter surgido um Pasquim nos confins do Piauí (o que não significaria porra nenhuma) do que num lugar supervigiado como o Rio de Janeiro.

Comentários

  1. Sensacional! Sobe a temperatura das discussões! Saibam, amigos, que concordo bastante com o Alípio. Não! não estou falando de ditaduras inteligentes e coisas assim. Refiro-me ao aspecto lúdico de nossa participação política nos anos de chumbo. Era isso realmente que mais me mobilizava e penso se, no fundo, não era o que, de fato, mobilizava a toda a classe estudantil de então: Festas,sexo,rock e uma profunda jornada rumo ao auto-conhecimento. Cabe a pergunta: Alguém, em sã consciência, achava mesmo que iríamos tomar o poder? Apesar de ter esticado bastante esta experiência pessoal e de ter ido mais fundo do que, às vezes, achava que minha cabeça de classe média suburbana aguentaria, não dava pra acreditar num partido que me tinha como militante.
    Beijos e até breve!

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  2. Estou postando meus comentários como um novo tópico.

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  3. Respondendo ao Ernani:
    Quanto à sã consciência, não garanto nada. Mas o Zé Dirceu achava, o Júlio Tavares achava, O Zézoca achava, o Ciro Garcia achava, o Ivan Pinheiro achava, o Lula achava...
    E vc não foi polir torneiras na Fabrimar pra comer alguém. Nem era por brincadeira.
    E tu gostas de ver o circo pegar fogo, né?

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