Colocadas as novas estantes na parede, me vi na obrigação de, sozinho, ter de rearrumar todos os meu livros. Bateu um quase princípio de pânico. Lá se foi o meu feriado prolongado.
Ao contrário, porém, das previsões sombrias, tive imenso prazer em rever alguns desses meus velhos e leais “amigos”. Entre goles de cerveja e muito jazz ao fundo, vieram boas surpresas. A primeira delas foi que, em vários casos, tenho mais de um dos melhores. É aquele negócio. Compro pra ler um dia qualquer e, tempos depois, me esqueço. Daí, vejo de novo a bom preço e não penso duas vezes.
A outra boa do dia foi o reencontro com uma fase interessante da vida. Eu mesmo não lembrava que gostava tanto de mulheres. Explicando melhor. Gostava no sentido antropológico cultural do tema. Tenho alguns clássicos impagáveis: “A Mulher Eunuco”, “50 é o máximo”, “O Segundo Sexo”, “Eu nem sabia que era estupro” etc. De todos, o mais interessante, pra mim, foi e é “A Mulher Sensual”, de Joan Garrit, escrito em 1969. Tenho também a versão original, em inglês.
Basicamente, é um livro de segredos bem revelados por quem manja do assunto.
Joan Garrit era uma publicitária novaiorquina, daquele tipo de mulher comum que não provoca uma torcida de pescoço à primeira vista. Viveu, sem querer se casar, com alguns dos homens mais cobiçados e atraentes dos Estados Unidos. No caderninho dos apaixonados constava um grande pianista, um autor de best-sellers, um poderosíssimo produtor de programas para tv, um agente da CIA, um ator da Broadway, um dos maiores vinicultores da Califórnia e outrozinhos menos votados mas bem resolvidos.
Praticamente todo o livro gira em torno de um único e fundamental objetivo de toda mulher que se pretenda sensual. Garrit diz que um homem pode querer tudo numa mulher. Beleza, brilhantismo, habilidades domésticas, instinto maternal. No entanto, se ela quer mesmo um apaixonado no seu encalço, deverá fazer o cara se sentir o único, o maior, o mais maravilhoso homem que já veio ao mundo.
O mais interesssante de tudo é que JG escreveu “A Mulher Sensual” numa linguagem crua e objetiva. Jogar conversa de banheiro num papel não era coisa assim tão simples naqueles tempos. Daí, é claro que chocou. No capítulo que considero simbólico, Garrit pega pesado.
Aconselho os mais sensíveis a parar a leitura por aqui. Quando ela lista as palavras que devem ser ditas na cama, é de uma precisão deliciosa. Fuck, suck, box, cunt, cock and prick. Estas palavras são insubstituíveis no calor do sexo. Foder, chupar, buceta, cu, pau e caralho podem ser palavrões nos muros pichados. A dois, são um tempero maravilhoso. E vai mais além. Garante que homem algum, naquela hora, quer ouvir coisas românticas como um “eu te amo”. O que ele quer é que você diga “esse seu pau duro me deixa louca”.
Tenho mais de um “A Mulher Sensual” aqui comigo. É só pedir que empresto.
Lindinho, eu diria que a mulher tem que ser mulher e deixar claro tudo, aprendi isto com o tempo. Se gosta fala e manda bala, e se o parceiro gostar tb, que caiam as cortinas, chinele-se a macaca e tudo mais. De que adianta o falso moralismo se a felicidade passa longe?
ResponderExcluirAhhh qdo nos mudamos as filhas e o cacique queriam que eu deixasse meus livros em algum sebo, é ruim hem... falei eles vão nem que tenha que coloca-los na cama, ao meu lado. Ganhei a parada, eles estão aqui e amanhã começo a arrumar o escritório onde eles ficarão, pelo menos durante minha vida na terra, depois que os queimem comigo lá na Vila Alpina.
Bjks
Bicho, como vou embora da Coréia na próxima segunda-feira (\o/) talvez eu demore um pouco, mas prometo escrever um "artigo" sob o título "brasileira é tudo puta". Eu e algumas amigas, após conversas ao pé da câmera do skype, estamos quase-quase chegando à conclusão que se algum gringo dizer de novo algo parecido pra gente, vamos levar como elogio e não como ofensa... parece que a gente aprendeu na cartilha da Joan Garrit e fomos aprovadas com louvor. Te digo isso: as coreanas são muito bonitas e têm em geral um corpo-escândalo, e apesar de magras naturalmente, não são aquelas magras anoréxicas... acontece que são tão enrustidas, sexo é um problema tãoooooo grande por aqui, que eu entro no bar, performo meu semi-strip tirando o casacão inverno pra liberar o decote, rio alto e mostro a minha exuberância, e mesmo sendo sempre a mulher mais gorda do recinto, meus olhos promissores e minhas respostas diretas enlouquecem os bofes, que no estilo americano me pagam bebidas a noite inteira e no final da noite eu escolho quem eu quero pegar. Ou tiro onda de hoje estou afim de ficar sozinha... não tô fraca não.
ResponderExcluirVu ficar no aguardo ansioso por esse seu artigo, Dolly.
ResponderExcluirBeijos
Confesso que só agora leio teu post, e confesso tb certo arrependimento de não tê-lo lido antes, pois amei-o desde a primeira linha. Aliás, tuas mulheres são maravilhosas e, do jeito que relatas, as vemos com nitidez. Só acho que um "eu te amo" é sempre bom de ouvir. Que tal ouvir de nossas amadas mulheres: "Esse teu pau duro me deixa louca! Eu te amo pra caralho!" Acho que fica bom assim tb. Aliás, ficou bom pra vc tb? rs.
ResponderExcluirAh! Eu quero emprestado "mulher sensual" prometo devolver depois de comer, quer dizer, de ler...bj.
Pô, esqueci! Tb aguardo com ansiedade e certo frenesi teu artigo, Dolly. Volta logo! Escreve logo! Alivia-nos desta espera...
ResponderExcluirÉ, "o que desenha", de acordo. Um "eu te amo pra caralho" bate muito bem o meio das bombadas (gargalhadas)
ResponderExcluirBeijo