Sinceramente, não acredito mesmo que, antes dos quarenta anos, se bem de saúde e da cachola, um cara consiga perceber a espetacular revolução que representou o Viagra na vida de um homem. Nunca experimentei. Por enquanto, muito mais que de uma broxada, tenho verdadeiro pânico é do priapismo - aquele negócio de o para-quedas abrir e não querer fechar mais. No futuro, porém, tenho certeza, a degustação da azulzinha será inevitável.
A história do sexo masculino é fundamentalmente uma longa história de procura aqui e ali por qualquer coisa que garantisse ao gajo uma boa performance sexual. As mulheres tiveram uma importante participação nisso. Exatamente delas vieram as mais interessantes tentativas e os mais lamentáveis erros.
Aceitando a Bíblia como documento histórico e enveredando pelo perigoso caminho da literalidade, temos aí a maçã como uma primeira experiência de afrodisíaco. Não valeu muito porque as condições subjetivas para uma boa trepada eram evidentes. Ambiente paradisíaco, tudo na mão, ela andando pra baixo e pra cima como veio ao mundo, tédio total e absoluto. Decididamente, não foi a maçã que tentou Adão - provavelmente, foi o jeito como Eva mordeu o primeiro pedaço.
Na história mais séria dos primeiro tempos, no entanto, dois nomes mágicos dominaram por séculos o imaginário dos desesperados: a cantárida e a mandrágora. A cantárida é uma espécie de besourinho – ou mosca, sei lá – de coloração verde-dourada, encontrável principalmente na área do Mediterrâneo. Desde a Roma Antiga, espetavam o bichinho num graveto e ele ficava secando ao sol; depois, pulverizavam as asas e a mistura se completava numa tintura alcoólica. Aparentemente, por indução psicológica, a beberagem funcionava. O Marques de Sade foi condenado, em 1772, por servir bombons recheados com pó de cantárida aos convidados, o sacana.
A quem interessar possa, ainda é possível hoje em dia encontrar cantaridina nos mercados populares do Marrocos. Coloque uma colherinha de chá no suco do seu companheiro e ele nunca mais dará trabalho. É morte certa. Um veneno fulminante.
Muito mais popular que a cantárida, porém, foi a mandrágora. Epifanio, em sua famosa “Physiologia”, diz que é uma planta capaz de despertar furor amoroso nos elefantes. Voltando ao seu companheiro, se ele for um elefante...
Ainda há quem acredite que a verdadeira mandrágora somente nasce sob os pés de um enforcado. Reza uma lenda medieval que, no momento do aperto no pescoço, o infeliz ejacula. É exatamente naquele ponto que o vegetal milagroso brota. A verdade é que a mandrágora é muito comum na Tunísia - e lá eles não enforcam tantas pessoas assim. O papo furado vem do formato das folhas. Algumas lembram - e algumas lembram muito - os órgãos sexuais, principalmente os femininos, que é o que interessa. E a outra alusão ao sexo vem em cima do perfume que a mandrágora exala. Mas aí o negócio fica meio complicado. Não é possível que uma planta tenha tanta variedade assim de aromas.
Das feitiçarias medievais, costumo indicar que experimentem uma das mais populares. Pegar um coração de pombo, um fígado de pardal, o ventre de uma andorinha e o rim de um coelho. Reduzir tudo a um pó impalpável. Acrescentar uma parte igual do próprio sangue seco e também pulverizado. Tudo jogado em um copão d’água, beber em tres goles. Quem não colocar os bofes pra fora com isso, certamente, é vampiro e não precisa de afrodisíacos.
Há receitas ao infinito. Amendoim, catuaba, alcachofra, noz-de-cola, alho.
Mas, falando sério, o melhor afrodisíaco não farmacêutico que conheço é o espaguete à carbonara. Se estiver acompanhado de vinho chileno, num ambiente com temperatura agradável, mesa arrumada com velas e um bom blues ao fundo, é tiro e queda. Já experimentei várias vezes. Funciona que é uma beleza.
Molho carbonara? Olha o colesterol!! xD
ResponderExcluirAmo esse bendito molho gorduroso com bacon, gemas e creme de leite!!
O que provoca, você já ouviu falar dos efeitos afrodisíacos das raízes das orquídeas? Li no próprio Orquidário do Jardim Botânico que as feiticeiras (se não me engano, celtas) secavam essas raízes para usar em poções milagrosas. E tudo isso porque... as ditas-cujas têm a forma de um saco humano!!
Científicamente falando, nós pobres mortais, com certeza devemos nos beneficiar destes artifícios (viagra, etc.), afinal primamos por qualidade de vida e a ciência está aí para nos ajudar mesmo, quanto ao Marques de Sade, este pecou pelo exagero bastava ele servir a sua receita O q provoca, pela festa inteira rsrsrsrsr
ResponderExcluirbjsss Bryanna
Especialmente o "meu" carbonara, modéstia à parte, é daqueles de limpar o prato com pão.
ResponderExcluirAgora, essa raiz aí com forma de escroto deve ser a planta mais feia do mundo.
Beijos, "young generation" e Bryanna.
Ô provocante, gostaste da ilustração?
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