HOMENS, MULHERES E TRAIÇÃO



Essa eu não poderia mesmo ignorar, ainda mais que saiu no Jornal Nacional.

Pois, um detalhado estudo da London School of Economics concluiu que os homens de QI alto não traem – ou são os que menos traem - suas esposas. E o pior é que a recíproca não tem nada de verdadeira. Para a mulher, traição nada tem a ver com inteligência. É apenas questão de vontade e oportunidade.

Faz sentido, num caso e noutro.

Se bem que exemplos históricos até destroem alguma coisa dessa conclusão aí.

Assim de cabeça, pelo que posso pinçar, no mundo da literatura, encontramos alguns infiéis incorrigíveis: Victor Hugo, Goethe, Hemingway (sempre ele). No das artes, Picasso, Gauguin, Chopin, Wagner. No da política, Kennedy comendo atrizes voluptuosas nos banheiros da Casa Branca; e, no mesmo escritório, Clinton levando boquete de estagiária, além de degustar um charuto magnificamente umedecido no muco vaginal da gatinha. Mas fiquemos no querido Brasil. Vinicius de Moraes não era exatamente um modelo de marido dedicado. FHC, ainda presidente, teve um filho com uma jovem jornalista e despachou os dois para a Espanha. E quem conheceu a patota do Pasquim não consegue contar nos dedos as vezes que o Tarso de Castro emprestou o apartamento para o Chico Buarque dar umazinha com uma tiete qualquer. A Marieta Severo, inclusive, ali, flagrou o maridão na cama saboreando não uma qualquer, mas nada menos que a Sonia Braga. Foi um barraco só.

Por outro lado, alguns rematados imbecis marcaram suas carreiras pela religiosa honradez com as digníssimas esposas. Ronald Reagan e George Bush me parecem os casos mais significativos.

Mordidas à parte, minha concordância com os pesquisadores da LSE está na essência.

O conceito de traição amorosa tem base histórica. As tribos que saíam do primitivismo e começavam a acumular riquezas queriam ter certeza da perpetuação do clã. O patrimônio ancestral só poderia ter um tipo de apoio lógico, a célula familiar. Algumas culturas, inclusive, para amarrar mais as coisas, impunham o casamento incestuoso. No final das contas, é claro, o ônus da dedicação exclusiva sobrava para a mulher. Se as sociedades, portanto, ocidentais e orientais, sempre toleraram (e até admiraram) a traição masculina, isso nada nunca teve a ver com o sexo em si. A questão de fundo sempre foi a independência ou não da mulher. O óbvio que ulula nesta discussão é que a parte dependente costuma engolir sapos por uma simples questão de sobrevivência. Eis porque as mulheres, durante tanto tempo, suportaram humilhações infinitas. Simplesmente não sabiam como viver sem o amparo do varão.

Mas o mundo mudou e muito. A maior conquista das feministas não foi a igualdade. Foi exatamente a emancipação.

Acredito que é no contexto deste mundo de hoje que a pesquisa da LSE é exata. A traição do homem, em regra, se consumava no puro instinto. Conheça uma família respeitável qualquer do interior de Minas Gerais e aposte seu último real como o chefe é um contumaz freqüentador do puteiro da cidade. Às vezes leva junto o filho mais velho. Assim era a vida. Porém, numa sociedade desenvolvida, se o homem segue mesmo critério para trair uma mulher que trabalha e sabe se virar sozinha, de duas uma: ou ele quer se ver livre dela, ou está arriscando muita coisa numa aventura burra.

A traição feminina, ao contrário, costuma envolver algo mais de sentimento. No mínimo, uma forte afinidade. Mulher trai por amor ou por ódio. E contra as razões do coração, seja inteligente ou idiota, pouco se pode fazer. Digo isso porque se a mulher resolvesse trair por puro instinto seria um deus nos acuda. Some todos os homens do seu andar e ainda assim não seríamos páreo. Um orgasmo para ela é nada. Já soube de mulheres que passaram horas e horas entretidas com seus vibradores e tiveram mais ou menos trinta gozos seguidos.

Coloquemos, pois, as barbas de molho e aprendamos com essa. O jogo já nem mais está igual. Elas viraram.

Comentários

  1. Lindinho, esta aí uma questão que me intriga, pq o homem tem essa necessidade, penso, ainda se a mulher é um tesão, digo, foi a tentação... mas vejo nas esquinas cada baranga pelancuda com cara de briga de foice, e vejo carrões parando e levando o "programa"...(por certo isso indica baixo QI, ou pouco amor ao pau. Qto a mulher, conheço inumeros casos que a traíção se deu por sentirem-se abandonadas,e "alguém" despertou a química sensual, ela então alimenta um sonho no qual é amada e desperta o tesão de outro macho, que não o seu. Daí para a cama é um passo, que pode levar a mais "passos" ou o descobrimento que o "amor" era sonho sem nuvens rosas e fitinhas azuis.
    O "suco de uva" me fez divagar.
    Bjus lindo final de semana.
    Cassinha

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  2. Interessante esta perpetuação de conceitos. As mulheres necessitam tanto quanto os homens, e como!!!
    Homem interessante, bacana,especial e certo, momento certo , é muito bom. Vontade sem homem é resolvida e bem. Hora certa, ponto certo, duração exata. Mulheres se resolvem.
    Homem é bom...imaginação é ótimo!

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  3. http://vivendomorrendo.wordpress.com/2010/01/19/vazantes/
    http://vivendomorrendo.wordpress.com/2010/03/07/poquer/

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  4. * Mas, afinal, Cassinha, e o que você teria a dizer sobre os "brinquedinhos mágicos" ???

    * Nosostros pensamos exatamente de forma oposta, Anônima. Imaginação é bom... mulher é ótimo. Perdemos mesmo a guerra.

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  5. PS: adicionei as páginas às minhas favoritas, Dolly.

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  6. O texto mostra um homem moderno; daqueles que acabam superando a imaginação! (das mulheres).
    Brincadeiras de lado, parabéns p/ você no dia "inter" das mulheres, pois deve viver ou ter vivido com algumas bastante interessantes. Aproveite bem o dia ao lado delas.

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  7. Muito bem escrito, como sempre. Mas não devemos esquecer que a validade do estudo se limita aos homens ingleses. A ressalva é importante porque parece, para mim, pelo menos, que o comportamento em questão é fortemente influenciado pela cultura. Em sociedades diferentes, tanto o comportamento quanto a reação social ao comportamento podem ser bastante diferentes.

    Alípio, meu garoto, o que vc tem contra os mineiros para elegê-los como o tipo ideal dos hipócritas da fidelidade no Brasil? Porque não os baianos, os cariocas, os goianos, os paulistas, ou os pernambucanos?

    Quando eu vejo as adolescentes cariocas aceitarem gostosamente serem chamadas de cachorras nos bailes funk me pergunto sobre a distância que existe até chegarmos a essa tal de emancipação da mulher...

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  8. De pleno acordo,Patah. Pelo que pude saber, o estudo se deu totalmente nas ilhas britânicas. Mas achei válido como base para uma discussão que infelizmente não aconteceu no Brasil.

    Nada contra os mineiros. É que a primeira coisa que me veio à cabeça foi a TFM (tracional família mineira). Mas vale para o resto.

    Boa essa aí de levantar a questão do funk carioca. Tal qual o rap de raiz, a mulher é sempre a puta-isso, a vadia-aquilo etc.

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  9. Realmente, é importante ressaltar que a pesquisa, pelo menos por enquanto, refere-se apenas aos homens ingleses, influenciados por uma cultura específica e pela história de seu país.

    Quanto às cachorras do funk e às "novinhas de 14", ainda temos que engolir, proferidas por cabeças incultas, pérolas como "Tati Quebra Barraco é uma verdadeira lição de feminismo".

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  10. Me lembro desses brinquedinhos serem chamados de "consolo", e como o nome já diz...
    Homem bem casado e inteligente, não trai. A fidelidade anda junto com a admiração, realização na cama e amizade profunda pelo parceiro(a). Vale para os dois. Qdo falha um, pode até acontecer...
    E as meninas do funk, hein? São iguaiszinhas aqui e lá fora.
    Tem cachorras aqui que até batem nos namorados e mordem...
    beijo pra Ana

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