Desde que me desvinculei politicamente do PT, por volta de 1995, por aí (já não militava ou frequentava a vida partidária desde 1989, ou até antes), passei por muita coisa. Muitas pessoas a quem sou afetivamente ligado se mantiveram na órbita do PT, e isto me fez, de certa forma, me manter acompanhando a trajetória do partido que já não era mais o meu.
As campanhas eleitorais, a política de alianças, os governos petistas, a atuação das bancadas do partido em todos os níveis do governo, as relações do PT com os sindicatos e os movimentos sociais, tudo isso eu acompanhei me manifestando, aqui e ali, criticamente. Sempre respeitando as opções dos meus amigos e consciente de que nada impedia que minhas críticas, embora sempre sinceras, pudessem estar erradas.
Todas as vacilações, todos os erros, todos os acertos que pude enxergar ao longo de todo esse tempo, procurei registrar e avaliar, com o melhor da minha capacidade crítica. Ampliar os horizontes da compreensão dos fatos, tanto a minha quanto a dos amigos, este sempre foi o motivo para minhas intervenções. Nunca o ódio ao PT, que jamais senti.
De certa forma, acabei me conformando em ser como uma espécie de "grilo falante" na comunidade de amigos petistas, ou próximos da esquerda de modo geral. Um "grilo falante" que sempre considerou possível estar errado, repita-se. Nunca se permitindo ser arrogante a ponto de se achar dono da verdade. Antes tendendo para uma certa polyannice idiota na maneira de ver as coisas...
Hoje, no entanto, me sinto diferente. Desde que fiquei sabendo da longa negociação no Senado levada a cabo por petistas e peemedebistas para salvarem os direitos políticos uns dos outros, algo mudou em mim. Aquela Polyanna que resistia, lá no fundo da alma, sempre em busca do "lado bom" das coisas, desapareceu completamente.
Contemplo minha timeline agora com outros olhos. Nada generosos.
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