Eleições Municipais de 2016

Bom, as urnas falaram. E o que elas disseram eu não gostei de ouvir. A esquerda, como um todo, não só o PT, sai amplamente derrotada destas eleições. Não será uma tarefa fácil reconstruir moral, política e organizacionalmente uma alternativa de poder contrária ao avanço da pauta internacional da direita. E a inevitável pulverização decorrente da derrota não vai ajudar em nada. Alguns se iludem achando que a candidatura Lula em 2018 poderá ser a base para um retorno rápido daesquerda ao primeiro plano da cena política. Para estes, basta esperar as eleições presidenciais para a coisa se resolver sozinha. Não poderiam estar mais errados. A situação que se consolida com estas eleições é muito, muito difícil. Com a maioria qualificada no Senado e na Câmara, com um executivo blindado por toda a mídia nacional, uma polícia que age como bem quer e entende, e um Judiciário que se notabiliza pelo compromisso descarado com a destruição dos direitos trabalhistas e civis previstos na Constituição, hoje nada, absolutamente nada, nos garante sequer se viveremos numa república presidencialista daqui em diante. Ou seja, podemos nem ter eleições para presidente em 2018. O que impede a canalha política majoritária de aprovar uma PEC que implante o parlamentarismo, por exemplo? Quem pode garantir aos iludidos que o sagrado Lula poderá se candidatar em 2018? Nada e ninguém. E não adianta botar a culpa no povo. E ainda menos fazer avaliações triunfantes de maravilhosas campanhas derrotadas. Urge organizar a resistência, urge apoiar, com todas as forças que ainda podemos mobilizar, as lutas concretas que estão se travando neste momento. As ocupações de escolas públicas em curso, por exemplo, serão atacadas com toda a violência a partir de hoje. Precisamos apoiá-las decididamente. Cabe a nós nos unirmos em uma grande frente de defesa das liberdades democráticas em risco, frente esta que não se esgote organizativamente na esquerda formalmente existente, mas que busque sua máxima ampliação, atraindo nacionalistas, liberais e todos aqueles cujos interesses serão inevitavelmente contrariados pela política entreguista e proto-fascista que é a imposta pelo capital internacional ao Brasil. Trata-se de garantir a sobrevivência da democracia e da defesa da soberania nacional. Trata-se de manter viva a ideia de Brasil.

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