Cheguei agora aos 60 anos de idade. Destes, quase metade passei militando, estudando ou refletindo sobre política. Quando caiu minha ficha a respeito do PT, lá pela metade dos anos 90, nem existia o PSOL. Este só seria fundado em Junho de 2004, tendo sido Heloísa Helena sua primeira presidente. Não busquei nenhuma alternativa partidária na época, nenhuma me seduzia.
Entre minha desistência do PT e a fundação do PSOL se passou quase uma década. Por mais ou menos 5 anos após deixar o PT, ainda militei no Sindicato de Bancários do Rio, até que isto também se mostrou inviável. Fui então tratar da vida e da saúde, e assim fiquei até o facebook me abrir uma nova janela de comunicação com as pessoas. A partir daí, fui retomando aos poucos meu interesse pelo assunto.
Quando o PSOL foi fundado, mal prestei atenção. Não gostava da Heloísa Helena, achei que era uma agremiação sem futuro, sem maior interesse. Dos fundadores do PSOL, conhecia o Chico Alencar e uns poucos mais. Freixo, Tarciso, Cinco, Willys, Valente, me eram quase inteiramente desconhecidos.
Cada vez mais, no entanto, à medida que o PSOL amadurecia, e que eu ia me dando conta dos desafios colocados pelas sucessivas conjunturas, a atuação firme e decidida da representação psolista no Parlamento, em suas várias instâncias, ia ficando cada vez mais evidente para mim. Mas foi só a partir de 2013 que comecei a acompanhar com mais cuidado e atenção a atuação deles. A convergência entre minhas percepções pessoais e a postura destes parlamentares, particularmente as do Eliomar Coelho, em que eu já votara tantas vezes quando ele ainda estava no PT, foi se dando naturalmente.
Hoje, se ainda não tenho desejo nenhum de me filiar, muito em função do desgaste pessoal que tenho com a militância em partidos, mas também por circunstâncias familiares, pelo menos me sinto muito bem representado nas análises e nas proposições que as bancadas do PSOL vêm apresentando. Considero a atuação destes parlamentares o que há de melhor no conjunto da esquerda brasileira hoje. Pena que a capacidade organizativa do partido não acompanha, nem perto, a excelência de sua prática parlamentar. Este descompasso de níveis entre o trabalho organizativo pobre e a ação política institucional de alta qualidade, acaba dando a impressão de que o PSOL sofre, em alguma medida, do clássico mal do cretinismo parlamentar. O partido não está sabendo gerar saldos organizativos correspondentes ao merecido destaque político que tem hoje no campo da esquerda.
Sigo acompanhando as análises e a política do PSOL, como simpatizante que sou da atuação das suas bancadas no Congresso, e de pleno acordo com a proposta de Diretas-já defendida pelo partido no momento atual. Sempre de uma forma crítica e independente, como é, e quase sempre foi, minha característica pessoal na reflexão e na ação política.
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