Os fatos inegáveis são:
1. A roubalheira campeia no País desde sempre. Sempre foi parte integrante dos sistemas de dominação vigentes ao longo de nossa história;
2. O PT participou e continua participando dela onde pode, apesar de ter se construído politicamente denunciando a corrupção com veemência quando estava na oposição. E esta denúncia ajudou a levar grande parte da classe média assalariada a apoiar os candidatos majoritários do partido por vários anos;
3. A Lava Jato foi uma operação política montada, aproveitando a desmoralização da esquerda causada pela adesão hipócrita do PT à realpolitik tradicional, para alijar da eleição presidencial de 2018 o principal expoente eleitoral do partido e com isso destroçar o bloco no poder hegemonizado pelo PT;
4. Embora não houvesse por parte da plutocracia dominante, pelo menos de início, uma vontade explícita de destruir este bloco no poder formado pela aliança entre os petistas e a cleptocracia peemedebista, até porque este arranjo sempre foi funcional para os interesses plutocráticos, a insatisfação crescente da classe média e a crise geral de representatividade abriu uma janela de oportunidade para as corporações que já tinham capturado para si os aparelhos de estado;
5. A incompetência política da Dilma reforçou os setores corporativos empenhados na luta política pela destruição do consórcio PT/PMDB, tensionando a aliança ao ponto de ruptura, o que levou ao impeachment e "à ponte para o futuro", de Temer;
6. Mas o novo arranjo, que mantinha no poder parte do bloco anterior, o PMDB e setores do próprio PT, e que agora incluia também o PSDB, era frágil em termos de apoio popular e não satisfazia os interesses daqueles setores corporativos, ávidos por capturarem também o poder executivo. Temer falhou em aprovar as reformas e em abortar a "sangria" da Lava Jato, elevando o apoio popular de Moro e perdendo paulatinamente o apoio da Plutocracia no processo;
7. A prisão de Lula marcou o estilhaçamento definitivo do bloco no poder que ele hegemonizara;
8. O "acordão" falhou, enterrando quaisquer possibilidades de reconstrução, ainda que parcial, deste bloco ou de algum outro que preservasse a maioria dos que dele haviam participado. As corporações vitoriosas, no entanto, não conseguiram, ou não quiseram, se unificar em uma candidatura única para presidente. Foram para a eleição rachadas, com vários candidatos disputando entre si para ver quem emergeria como o "anti-Lula" capaz de capturar o voto anti-PT, majoritário no país desde as eleições majoritárias de 2016;
9. Contra todas as previsões, e com a ajuda inestimável da tática suicida do "Lula candidato", que conseguiu neutralizar todo o conjunto da esquerda não petista, quem conquistou estes votos foi Bolsonaro, representante máximo da pior das corporações existentes, a policial-militar;
10. E deu no que deu. No pior governo da história do Brasil.
1. A roubalheira campeia no País desde sempre. Sempre foi parte integrante dos sistemas de dominação vigentes ao longo de nossa história;
2. O PT participou e continua participando dela onde pode, apesar de ter se construído politicamente denunciando a corrupção com veemência quando estava na oposição. E esta denúncia ajudou a levar grande parte da classe média assalariada a apoiar os candidatos majoritários do partido por vários anos;
3. A Lava Jato foi uma operação política montada, aproveitando a desmoralização da esquerda causada pela adesão hipócrita do PT à realpolitik tradicional, para alijar da eleição presidencial de 2018 o principal expoente eleitoral do partido e com isso destroçar o bloco no poder hegemonizado pelo PT;
4. Embora não houvesse por parte da plutocracia dominante, pelo menos de início, uma vontade explícita de destruir este bloco no poder formado pela aliança entre os petistas e a cleptocracia peemedebista, até porque este arranjo sempre foi funcional para os interesses plutocráticos, a insatisfação crescente da classe média e a crise geral de representatividade abriu uma janela de oportunidade para as corporações que já tinham capturado para si os aparelhos de estado;
5. A incompetência política da Dilma reforçou os setores corporativos empenhados na luta política pela destruição do consórcio PT/PMDB, tensionando a aliança ao ponto de ruptura, o que levou ao impeachment e "à ponte para o futuro", de Temer;
6. Mas o novo arranjo, que mantinha no poder parte do bloco anterior, o PMDB e setores do próprio PT, e que agora incluia também o PSDB, era frágil em termos de apoio popular e não satisfazia os interesses daqueles setores corporativos, ávidos por capturarem também o poder executivo. Temer falhou em aprovar as reformas e em abortar a "sangria" da Lava Jato, elevando o apoio popular de Moro e perdendo paulatinamente o apoio da Plutocracia no processo;
7. A prisão de Lula marcou o estilhaçamento definitivo do bloco no poder que ele hegemonizara;
8. O "acordão" falhou, enterrando quaisquer possibilidades de reconstrução, ainda que parcial, deste bloco ou de algum outro que preservasse a maioria dos que dele haviam participado. As corporações vitoriosas, no entanto, não conseguiram, ou não quiseram, se unificar em uma candidatura única para presidente. Foram para a eleição rachadas, com vários candidatos disputando entre si para ver quem emergeria como o "anti-Lula" capaz de capturar o voto anti-PT, majoritário no país desde as eleições majoritárias de 2016;
9. Contra todas as previsões, e com a ajuda inestimável da tática suicida do "Lula candidato", que conseguiu neutralizar todo o conjunto da esquerda não petista, quem conquistou estes votos foi Bolsonaro, representante máximo da pior das corporações existentes, a policial-militar;
10. E deu no que deu. No pior governo da história do Brasil.
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