Cid Gomes: petistas abandonam aliado ferido no campo de batalha
O PT só reforça a certeza de não conseguir abrir mão de nenhum protagonismo no campo progressista. Virou patologia entre a militância desqualificar tudo que ameaça uma liderança que não existe mais. Mas a esse ponto, de escarnecer e ridicularizar? A ponto de deixar um companheiro literalmente ferido no campo de batalha? Quem quer combater ao lado de pessoas assim?
Após receber dois tiros no peito em confronto com policiais grevistas, o senador do PDT, ex-ministro de Dilma, foi hostilizado pela militância do PT
- R7 PLANALTO
Marco Antonio Araujo, do R7
Ser irmão de Ciro Gomes impede apoio de petistas ao senador do PDT?
TV Record
Ninguém larga a mão de ninguém. Impossível esquecer o slogan da esquerda lacradora, talibã manastê. Pois então, recomendo: esqueçam. O trágico episódio envolvendo o senador Cid Gomes (PDT) não deixa margem a dúvidas: o PT é capaz de abandonar um aliado sangrando, no campo de batalha.
O irmão do ex-candidato à presidência Ciro Gomes enfrentou um piquete de policiais militares, separados por um portão de ferro. Imagens mostram que tentou dialogar, levou um soco na cara e aí partiu para cima dos amotinados com uma retroescavadeira. Errado, fanfarrão? Deveria ser irrelevante diante dos dois tiros no peito que levou. Atiraram para matar. Sobreviveu por milagre.
Não foram precisas muitas horas para que as bolhas de esquerda começassem a articular uma narrativa em que a bravata se tornou tão ou mais importante que a tentativa de assassinato. Os mais envergonhados escreviam frases contraditórias, desconexas, tipo “o que ele estava fazendo ali, ninguém mandou posar de cabra macho, queria que os policiais reagissem como?”. Não lembra estuprador colocando a culpa na vítima? Que fase.
Cid Gomes foi ministro da Educação de Dilma, em 2015. Saiu em breves dois meses, por alertar sobre as conspirações de Eduardo Cunha e sua base corrupta e fisiológica. Sim, é briguento, pavio curto – e um quadro da esquerda, um companheiro de viagem, como diziam antigamente, os vermelhos.
Foi chocante a falta de solidariedade dos petistas. Só faltou mandar o senador se tratar em Paris. O ex-candidato do PT Fernando Haddad, de forma calculada, postou em seu Twitter apoio ao governador do Ceará, Camilo Santana (PT) por sua “habitual firmeza e sobriedade”. A Cid, mandou o protocolar "desejo pronto restabelecimento".
O PT só reforça a certeza de não conseguir abrir mão de nenhum protagonismo no campo progressista. Virou patologia entre a militância desqualificar tudo que ameaça uma liderança que não existe mais. Mas a esse ponto, de escarnecer e ridicularizar? A ponto de deixar um companheiro literalmente ferido no campo de batalha? Quem quer combater ao lado de pessoas assim?
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